terça-feira, 26 de agosto de 2008

BACTÉRIA NA MÍDIA II

Se para cada surto de infecções bacterianas ou virais eu escrever um POST, esse blog vai virar um livro. A bactéria da vez nos noticiários é a listéria, termo aportuguesado para Listeria, no caso canadense: L. monocytogenes.
L. monocytogenes é uma bactéria Gram positiva em forma de bastão (nem sempre vista assim ao microscópio, pois é pleomórfica), possui metabolismo facultativo e é encontrada em diversas amostras ambientais e oriundas de animais de sangue quente (bois, ovelhas e coelhos, principalmente). Em grande parte dos surtos, o alimento contaminado é carne ou embutidos, mas essas bactérias já foram encontradas em água, leite e ovos (e seus derivados).
A bactéria cresce bem em meios complexos, mas é favorecida quando inoculada em Ágar Sangue após crio – enriquecimento (o produto a ser analisado é mantido a 4ºC durante alguns dias). O crio – enriquecimento desfavorece o crescimento de outros microrganismos que estejam contaminando o produto junto com a listéria.
Em relação à infecção por listérias, os adultos não são geralmente afetados, mas em alguns casos – principalmente imunossuprimidos - L. monocytogenes pode chegar a um quadro de bacteremia e meningite/encefalite, além de gastrenterite, já que a via mais associada à contaminação é a partir do trato gastrintestinal.
Uma vez não controlado o processo de produção e limpeza dos alimentos, resta tratar os pacientes infectados com associação de uma penicilina e um aminoglicosídeo, geralmente ampicilina e eritromicina, respectivamente. Em alguns casos pode ser administrado também sulfametoxazol-trimetoprim.

Saudações,
Prof. Paulo Rocha Jr.

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